Tuesday, March 20, 2007

Transexuais atacados por assaltantes armados


Foto Pedro Catarino
Eva assegura que, a princípio, pensou que estava a dar uma informação a um condutor em apuros. Mas depressa se viu numa situação de “puro inferno”. Transexual da noite de Lisboa, Eva foi agredida, ameaçada com armas, sequestrada, e roubada, antes de ser abandonada, completamente nua. Em apenas duas semanas, este foi o quarto caso de agressões semelhantes a transexuais.

A denúncia foi feita ao CM pela associação Opus Gay. O presidente, Valter Filipe, referiu ao nosso jornal que, para já, existe apenas uma queixa formalizada. “Foi apresentada pela quarta vítima, uma transexual portuguesa que achou por bem ligar-nos a pedir ajuda. Levámo-la a uma esquadra para apresentar queixa”, disse o dirigente da Opus Gay.A única que relatou às autoridades a sua experiência foi precisamente Eva. “Pelas 23h10 do último domingo, estava na Rua Gomes Freire, quando um carro parou junto de mim”, recordou.À espera de clientes, a transexual dirigiu-se à viatura, onde reparou num homem que pretendia informações que o levassem à 2.ª Circular.Eva garantiu ao CM que nem teve tempo de falar: “Fui logo agarrada pelas costas por um segundo homem, que me desferiu várias cabeçadas na cara.”Atordoada, e com o rosto coberto de sangue, Eva só sentiu uma faca encostada à perna, que a forçou a entrar no carro. “O condutor apontou-me uma pistola, e o agressor continuou com a faca encostada”, salientou.Incapaz de se recordar do trajecto efectuado, Eva disse apenas que foi completamente despojada de todos os bens durante a viagem. “Na zona dos Olivais abriram a porta do carro, e já na rua fui obrigada a despir-me toda. Eles fugiram”, acrescentou a vítima.O primeiro a auxiliar Eva foi um transeunte, que chamou a PSP. Mas a intervenção policial viria a revelar-se infrutífera. “O carro era roubado, e tinha matrículas falsas”, explicou.Auxiliada pela Opus Gay, Eva contou à direcção da associação a história de outras três transexuais que passaram pela mesma violência. “A Polícia Judiciária está a tentar identificar os agressores”, concluiu Valter Filipe, presidente da Opus Gay. GISBERTA MORREU EM AGONIAww Nasceu no Brasil, com o nome Gisberto Salce Júnior. Em 1980, com apenas 20 anos, chega a Portugal e fixa-se no Porto. Queria ser mulher, e foi na rua que se transformou. O mundo da prostituição deu-lhe uma nova identidade, Gisberta, e um novo vício, a droga. Em finais de 2005, já tuberculosa, ‘Gis’ (como era conhecida entre a comunidade transexual) é internada no Hospital Joaquim Urbano, no Porto. Semanas depois volta às ruas, onde conhece os que viram a ser os seus carrascos. De início foram dois, os jovens do Lar Oficinas de São José com quem trava conhecimento. Consumida pela doença, ‘Gis’ encontra abrigo num prédio da Avenida Fernão de Magalhães, no Porto. Depressa se vê rodeada por um grupo de 13 jovens. A 15 de Fevereiro de 2006, a transexual é vítima de uma espiral de agressões. Quatro dias depois, em agonia, vem a falecer. Os responsáveis pela sua morte, todos menores, foram julgados e condenados, em Agosto do mesmo ano, a penas de internamento e acompanhamento educativo. OUTROS ASPECTOSAGRESSORESEva fez ao CM uma descrição breve dos agressores. “São dois, ambos brancos, entre os 30 e os 40 anos, e muito violentos.” A transexual acredita que estes indivíduos, estarão envolvidos nas quatro agressões ocorridas nas últimas semanas.PÂNICOA comunidade transexual de Lisboa anda em pânico. Quem o diz é Eva, uma das vítimas das agressões, que “acha urgente que a polícia apresente resultados das investigações”.POLÍCIASFonte da Polícia Judiciária contactada pelo CM, não confirmou a existência de qualquer investigação a estas agressões. Já a PSP, remeteu para mais tarde informações sobre o caso.
Miguel Curado

1 comment:

Divina said...

Olá Jó. tudo bem ? Há imenso tempo que não falamos. Tu com a tua vida e eu com a minha em Espanha.
- Quero pedir-te para retirares este documento e a minha foto do Blog...por favor, isto teve repercussões muito negativas junto da minha familia, meus irmão, cunhadas e sobrinhos. Peço-te que compreendas e que retires por favor.
Ainda em relação a este tema os bandidos já estão em prisão preventiva no EPL, fui eu pessoalmente reconhece-los na PJ. A PJ devolveu-me o telem e alguns outros objecos que encontraram em casa de um dos bandidos. Quando forem a Julgamento, dar-te-ei mais noticias, mas por favor, retira a foto e o meu nome. Obrigada.
Felicidades, Bjo.