Friday, July 4, 2008

A IMPORTÂNCIA DE SER RETRÓGRADA

Fernanda Câncio
jornalista
Em entrevista à TVI, entre proclamações do género "nem mais uma obra pública para Portugal", e "ainda não sei bem por onde vou mas sei que não vou por onde vai o Governo vá o governo por onde for", a nova líder do PSD assumiu não ser "suficientemente retrógrada para ser contra as relações homossexuais". Porém, para o caso de alguém a tomar por modernaça (coisa, que, depreende-se, atentará muito contra a sua particular ideia de credibilidade) Manuela Ferreira Leite certificou que, afinal, defende que estas relações devem ser discriminadas: "Pronuncio-me, sim, sobre o tentar atribuir o mesmo estatuto àquilo que é uma relação de duas pessoas do mesmo sexo igualmente ao estatuto de pessoas de sexo diferente (…) Admito que esteja a fazer uma discriminação porque é uma situação que não é igual. A sociedade está organizada e tem determinado tipo de privilégios, tem determinado tipo de regalias e de medidas fiscais no sentido de promover a família."Ferreira Leite é não só livre de ser retrógrada e de achar bem que os homossexuais sejam discriminados como é muito bem-vinda a clarificação (uma que seja) da sua posição sobre esta matéria. É até livre de achar que o casamento só serve para procriar. Pena que não aproveite para propor que o Código Civil deve levar uma grande volta no sentido de proibir terminantemente o casamento a mulheres pós-menopausa, a homens com baixa contagem de espermatozóides e de um modo geral a todos os que não assinem uma declaração vinculativa da sua determinação de se multiplicarem. Por outro lado, ao postular que "a família tem por objectivo a procriação", eximiu-se de explicar por que carga de água confunde família e casamento. Que chamará MFL a casamentos entre pessoas de sexo diferente dos quais não resultam filhos e como qualifica as uniões de facto (que numa lei de 2001 equipararam casais hetero e homossexuais): se as pessoas que vivem em união de facto não são uma família, serão o quê? Acresce que, apesar de ter sido ministra das Finanças, aparentemente ignora que os "privilégios", "regalias" e "benefícios" a que se refere como aqueles que a sociedade usa para "promover a família" (entendida aqui no sentido que lhe dá a líder do PSD, ou seja, o da procriação) como o abono de família, o subsídio às grávidas e o estabelecimento diferenciado de escalões de IRS, têm relação directa com a existência de filhos, independentemente de os pais estarem ou não casados. Ainda por cima, no meio de toda esta baralhação, a dirigente do PSD não logra, no tempo de duração de uma entrevista, manter a sua posição sobre a matéria: "Chame-lhe [ao casamento entre pessoas do mesmo sexo] o que quiser, não lhe chame é o mesmo nome. Uma coisa é o casamento, outra é outra coisa qualquer." Afinal MFL não se opõe à criação de um instituto jurídico análogo ao do casamento civil para casais do mesmo sexo, desde que com outro nome. Ao ar foram os argumentos anteriores, a questão fiscal, etc. Ficou só a impressão que lhe faz "chamar a mesma coisa". Honra lhe seja feita, MFL é, apesar da confusão na forma, cristalina no conteúdo: não quer ser "suficientemente retrógrada" ao ponto de se dizer "contra" as relações homossexuais. Só o suficiente para dizer que são indignas de um estatuto de igualdade. Só retrógrada que baste para defender a discriminação e para assumir que um casamento especial para homossexuais é discriminatório. Até que enfim.

Denuncia publica de ataque difamatorio

Sempre achei que a integridade das pessoas deveria ser defendida acima de tudo e independentemente dos cargos ou posições institucionais que as respectivas pessoas ocupam e é com este espírito que me pronuncio sobre o episodio em causa.

Conheço a Eduarda Santos, ou se preferirem a "fofacd", à demasiado tempo e, apesar das divergências, aprecio-lhe, como muitos (se calhar nem tantos) de nos, a sua já habitual frontalidade para aceitar que por um rasgo misericordioso a mesma se tenha deixado levar pela loucura e cometido os actos que se lhes imputa.

E porque não me passa sequer pela cabeça conceber que a Eduarda tenha iniciado uma forma diferente ou menos digna de exercer o seu direito de activista independente, que sempre demonstrou ser, recomendo vivamente que se encha de paciência e solicite apoio jurídico junto de organizações ou intituições que dele disponham gratuitamente e que de seguimento a uma queixa de difamação.

Creio que o habito instalado de difamar impunemente outrem só pode ser combatido pela via legal munindo-se de todos os instrumentos necessários e ao dispor das varias, muitas associações existentes ( SOS racismo, Amnistia internacional ou outras).
Não fosse a gravidade da situação e o episodio seria somente caricato quanto mais nao seja pela afirmação de um dos intervenientes ao afirmar que tenciona avisar "as secções de psiquiatria convenientes Julio de Matos/Santa Maria".

A não ser que me tenha escapado alguma coisa, as secções de psiquiatria dos acima mencionados hospitais não estão habilitadas para intervir em casos de difamação, sejam elas anónimas ou não, para isso existem as autoridades policiais competentes.

Convinha esclarecer obviamente se o processo a que faz referencia o dirigente associativo corresponde ao processo elaborado pelos respectivos serviços hospitalares ou se se refere ao processo jurídico.

E em qualquer um dos cenários apresentados anteriormente, pergunto-me se deve a Eduarda Santos avisar também as respectivas secções de psiquiatria sobre a gravidade das acusações formuladas contra a sua pessoa por determinado dirigente associativo gay? Para que conste no processo obviamente.....

Jo Bernardo
De Vacances


On 04/07/2008, Eduarda Santos <
fofacd@yahoo.com.br> wrote:
Sexta-feira, Julho 04, 2008

Denúncia pública de ataque difamatório transfóbico
No dia 30 de Junho deste ano de 2008, recebi no meu email a seguinte mensagem, que passo a transcrever na sua totalidade, dado o teor altamente difamatório da mesma:"No dia 24 de Maio, às 13.59 minutos, entrou no meu telemóvel , a seguinte mensagem anónima enviada através da net ,e do centro de mensagens da tmn:" Merdoso vigarista desaparece da cena gay vais ser posto nu essa casa de putas vai ser visitada pelo média que consegues enganar.Ate´quando? Vê pagina o..."Mensagem de teor idêntico foi enviada na mesma altura ,mas com outro texto, para Eva Russo-- ameaçadora, para sair das instalações da Associacao,onde reside benevolamente, há mais de um ano, em nome da nossa solidariedade com transsexuais.Dada a data da mensagem, no dia de eleições na Opus Gay, e o seu teor insultuoso ,pedi logo investigação a quem de direito, e fui informado que partiu do telefone de Eduarda Santos,conhecida por transfofa,e que aliás ,se diz amiga de Eva Russo.Conhecendor da sua autoria, já ha algum tempo, deixei passar as festas do Pride,para nao provocar perturbações.nao conhecendo a personagem em causa,embora habituado a campanhas de ódio,e até de assassínio de carácter, contra mim/Opus Gay ,deixo o aviso que posso vir a processar legitimamente a pessoa, ou pessoas em causa.O seu desequilíbrio emocional nao se pode virar impunemente contra qualquer pessoa, como se nao fossem responsáveis juridicamente.Entretanto, nao deixarei de avisar as secções de psiquiatria convenientes,Júlio de Matos / Sta Maria , se voltar a ser injuriosamente abordado, individualmente,ou como responsável da Opus Gay,para que conste do seu processo.António SerzedeloPresidente da Opus Gay"Esta mensagem foi enviada para mim e para mais uma meia dúzia de pessoas.Como é de calcular, fiquei absolutamente estupefacta. Já se sabia de há muito tempo que este senhor, devido às suas afirmações altamente lesivas de toda uma comunidade, era transfóbico. Até aqui nenhuma novidade.Agora que demonstrasse uma tão grande falta de carácter, difamando por meio de mentiras ainda por cima facilmente desmascaradas, é que não se sabia. Pelo menos eu não o sabia. Ainda por cima sendo presidente de uma associação, o que efectivamente agrava, e muito na minha opinião, o caso.Imediatamente, ou seja, depois de ler o email, elaborei a minha resposta, arrasando com as falsidades levianamente emitidas por esta personagem, a qual transcrevo a seguir, também na íntegra, e enviada para as mesmas pessoas:"Usufruindo do meu direito de resposta, porque poderia pôr em causa a minha dignidade como activista transexual independente, aqui declaro o seguinte:Como pessoa e como activista, não tenho receio de dizer a minha opinião, sempre que ache que tal se justifica. Como tal, sempre o fiz abertamente, ou pessoalmente e frontalmente, ou via email, no meu blog e para mailing lists onde sei que ficam acessíveis, facultando sempre o direito de resposta.Nunca foi o meu estilo, como bem sabe quem me conhece, mandar mensagens anónimas seja a quem fôr. Mesmo que o fizesse nunca seriam anónimas, pois tal como faço no meu blog, são sempre assinadas por mim. Como disse, não tenho receio de falar e criticar sempre que o achar necessário.Quem tenha lido os meus escritos, saberá bem que não me exprimo da maneira que vem descrita neste email. Todas as minhas críticas são fundamentadas, resultam ou de factos ou de atitudes que considere merecerem reparo da minha parte.Posto isto, considerem-se as seguintes:Não fiz nem faço parte da organização da Marcha Pride, nem do arraial. Não fiz nem faço parte de nenhuma associação e/ou grupo inseridos nessas organizações. Sou activista independente, colaboro com qualquer associação/grupo sempre que tal me seja solicitado e que considere válido. Como tal, não se compreende como, ter esperado este tempo todo para "denunciar" estas mensagens anónimas poderia alguma vez provocar "perturbações" no Pride, como é descrito.Por duas ocasiões, pelo menos, tive oportunidade de trocar breves impressões com o autor deste email: na manifstação na Assembleia da República no dia 09 de Junho de 2006, por ocasião da acção de protesto contra a situação de exclusão das pessoas transexuais, consequência directa do assassínio de Gisberta, onde trocámos breves palavras. E na Karnart, na noite de 24 para 25 de Dezembro de 2006, na Excentrik Party, onde estive a trabalhar no bengaleiro, e onde também trocámos algumas palavras. Portanto eu conheço a "personagem" (usando a mesma fraseologia) em causa. Se a dita personagem não se lembra, aqui fica o lembrete.Em relação às ameaças que faz, considero pertinente que efectivamente descubra quem será essa "Eduarda Santos", que muito convenientemente confundiu comigo (transfofa), e que siga os trâmites que considerar necessários. Como eu nunca mandei, nem nunca mandaria tais emails, simplesmente por não ser o meu estilo, estou de consciência tranquila. Obviamente que nessa altura um pedido de desculpas da sua parte seria conveniente.Finalmente, eu não posso ter enviado essas mensagens pelo site da TMN pela simples razão de que não sou nem nunca fui cliente da TMN. Não tenho nem nunca tive qualquer contacto como cliente com a TMN, o meu operador é outro. Não tenho, nem nunca tive, nem net, nem telefone fixo nem telemóvel da TMN.Como se esta razão, só por si, não fosse prova concludente da falsidade que me estão a querer impor, infelizmente ainda não pude mudar nome e género nos meus documentos. Logo, o retorno sobre quem enviou as ditas mensagens nunca poderia aparecer como "Eduarda Santos aka transfofa". teria de ser, obrigatoriamente, um nome masculino. Logo, isto tudo não passa de uma tentativa ridícula de calar/meter medo a uma voz que tem criticado bastantes vezes afirmações desagradáveis e que lesam, não só uma pessoa, mas comunidades inteiras. A transfobia existe, mesmo nos meios LG, embora possa não ser agradável de o reconhecer. E pese muito o facto de até ajudar uma pessoa transexual, no caso da Eva Russo, não é o suficiente para depois produzir determinadas opiniões que só se podem catalogar como transfóbicas.Também, segundo parece, me vou habituando a sofrer "campanhas de ódio,e até de assassínio de carácter", coisa a que, embora nunca tenha recebido no telemóvel, já é usual receber via email ou como comentários no blog. Como não ligo nenhuma a ofensas pessoais,pois só quem não tem argumentação é que usa meios tão reles, não lhes ligo nenhuma. Até já ameaças de morte recebi. E continuo por aqui.Não serão ameaças de espécie alguma que me farão calar, sempre que o achar necessário. Talvez (e a ideia é essa) quem profere afirmações ou quem faça (ou deixe de fazer) acções lesivas da comunidade trans (Transgénero neste caso) deva pensar mais vezes no que faz ou no que não faz, evitando assim críticas que pelos vistos não têm bagagem suficiente para suportar.Eduarda Santos, activista transexual independente"Nos entrementes, apareceram mais dois emails, um vindo do email do GLS Portugal, por um danie com o seguinte teor:"DifamaçãoEstá desmascarada a tresloucada, que desde há bastante tempo, tem-se dedicado a difamar a OpusGay e o Gls Portugal em blogs como o Renas e Veados e Os Tempos que Correm. A mesma que pessoa que tem praticado um verdadeiro terrorismo psicológico contra mim, abarrotando-me a caixa de mensagens com e-mails insultuosos onde me acusava, juntamente com a Opus, de estarmos envolvidos em pedofilia.Dizia ela que sabia que a Opus estava usando as suas instalações para prostituir menores de idade e que eu estava envolvido. E ameaçava que iria denunciar-nos á PJ e á imprensa.Fazem ideia de que é estar sendo constantemente a acusado em blogs destas enormidades ? Ainda por cima sabendo que os donos desses blogs acreditavam em tudo e, várias vezes, nos atacaram, como fizeram no Renas e Veados ?Tudo leva a crer que essa pessoa, era a mesma que massacrava os principais blogs com mensagens a difamar-nos e inclusive fazendo-se passar por nós.Pensava eu que se tratava de algum perito em informática, já que até os nossos ips ela imitava. Mas, afinal, trata-se apenas de uma doida!E para que conste, ela (e provavelmente outras pessoas envolvidas - que têm feito tudo para nos silenciar) não conseguiram acabar nem com a Opus Gay nem com o Gls Portugal, muito pelo contrário, o Gls Portugal não poderia estar a atravessar uma fase melhor, e até acabámos de inaugurar uma nova página (o 69
http://69.glsportugal.com ).Acho que essas pessoas são tão miúpes, que devem estar convencidas que o mundo só gira à volta dos seus mundinhos pequenos e medíocres. Por essas e por outras, é que depois só aparecem 300 pessoas no Arraial Gay…"Como se pode observar, existem sempre uns pobres coitados que estão sempre prontos a ouvir todo o tipo de bacoradas e a dar-lhes crédito, aproveitando para acrescentar mais um ror de mentiras. Pena que desta vez tenham batido à porta errada. Não aceito calúnias, mesmo tão fracas e incongruentes como estas levianamente. O senhor em causa devia era estar muito caladinho e não lançar boatos sem fundamentos e sem provas. Sujeita-se também a um processozinho de difamação, e o problema é que, ao contrário de mim, não tem defesa possível.Enfim, triste é o panorama activista português com exemplos destes.Como resposta, o Sr, Serzedelo emitiu o seguinte email:"OláEntão está explicado quem tem andado a postar essa mensagem em vários blogs, como O Renas e Veados e Os Tempos que Correm, e outros, onde ela dizia que as instalações da Opus Gay estavam a ser utilizadas para fins de prostituição com menores de idade (o que eu acho gravissimo)e ameaçava revelar tudo à PJ e à imprensa. Ainda bem que essa gaja foi desmascarada. Aconselho-te a enviar esta mensagem para Os Renas e Veados e Os Tempos que correm, para eles ficarem sabendo quem andava a plantar essas calunias nojentas por lá"Não é preciso mandar terceiros fazer o trabalho sujo. Eu própria, por meio deste post, distribuído pelas mailing lists principais, venho denunciar um esquema que nada mais é que uma tentativa frustrada de calarem uma voz crítica às afirmações e declarações do Sr. Serzedelo (em relação ao GLS Portugal, que eu me lembre nunca postei nada a criticar seja o que fôr, portanto não vejo o interesse que tenham. Mesmo quando foram expulsos da mailing list das Panteras, não tive qualquer participação nesse facto, portanto só posso deduzir que, ou gostam de difamar pessoas, ou é burrice mesmo).Depois da minha resposta, só recebi mais um email dia 3, também do Sr. Serzedelo, que reza o seguinte:"Eis a mensagem anónima enviada à EVA no mesmo dia , o que mostra que é de uma pessoa muito próxima,e dentro de algumas questões...."TU TAMBEM ESTAS A PACTUAR COM ESSA VELHA PUTA.ÉS EXPLORADA E MERECES.SAI ANTES DAÍ ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS.A LUNA FALOU DE TI.CUIDATE!Por aqui me fico ,por ora...Reacção de um leitor:É triste isso. E só demonstra que a Eduarda está a precisar de ajuda URGENTENão sei se faz sentido culpar alguém pela sua doençaMas será que é só ela que está "destranbelhada" ?Essas pessoas estão cheias de ódio mas, talvez, este se resolvesse conversandoPor algum motivo, que só a psicologia explica, a Eduarda identifica-te como sendo o inimigoPortanto, todas as pessoas que estiverem do teu lado serão vistas igualmente como inimigas"Mais uma vez falsidades e mentiras. Não conheci a Luna pessoalmente, somente fui à vigília por ela ter sido uma mulher transexual barbaramente assassinada tal como aconteceu com Gisberta, a qual também não conhecia. E isso não me impediu de ir à Assembleia da República em protesto.O que revela tudo isto? Contrariamente ao que dizem, não me parece que seja eu quem está "destrambelhada", mas sim quem usa meios tão infames e mesquinhos para tentarem desacreditar e calar vozes críticas. Revela uma falta crónica de bagagem, pois nunca se defenderam às críticas, preferindo antes actuarem por meio de cobardes ataques. A meu ver, revela uma total falta de carácter e uma personalidade doentia e vingativa.Em vez de enviarem emails tentando denegrir a dignidade de uns e outros, e se têm tanta certeza das afirmações que escreveram, porque não avançam logo com um processo? Simples. Porque sabem que não têm razão, que é tudo inventado.Que tipo de presidente é este, que não hesita em caluniar gratuitamente as vozes críticas à sua actuação? É isto um exemplo que um presidente de uma associação deve dar?Fica a pergunta no ar: Que futuro terá uma associação com um presidente deste tipo?
http://transfofa.blogspot.com
E viva Portugal... digo eu....